A Educação no Império
A Independência do Brasil (1822)
Com a independência, a aristocracia proprietária de terras
consolidou suas vantagens conquistadas com a abertura dos portos.
Questionamentos sobre a prioridade da educação surgiram, trazendo dúvidas sobre
as condições para universalizar a educação.
Brasil Império em (1822- 1889)
Surgiu às primeiras tentativas para organizar a educação, de
uma maneira contraditória a classe dominante exercia um poder e tinha um
discurso de caráter nacional, liberal e popular, exclusivamente sobre a
instrução pública.
A presença do estado na educação simplesmente não existia, vivia
numa sociedade escravagista, autoritária instruída para atender apenas a uma
minoria encarregada do controle sobre as novas gerações. No projeto
constitucional de 1823 no Art. 250 fica sansionado que devera existir nas
escolas primárias ginásios em cada comarca e universidades nos mais apropriados
locais. No Art. 254 fica sansionado que todos deverão ter igualmente cuidados
de criar estabelecimentos para a catequese, e civilização dos índios,
emancipação lenta dos negros, e sua educação religiosa, e industrial.
O liberalismo e conservadorismo eram faces de uma mesma
moeda para a aristocracia brasileira. No Art. 265. A constituição reconheceu os
contratos entre senhores e escravos, e o governo os mantinha sobre seu controle.
A dissolução da constituinte pelo golpe de estado de 12 de novembro de 1823
apresentou um desdobramentos causando o
esquecimento das propostas no campo da educação.
A constituição outorgada em 1824, durou durante o período
imperial destacou-se com respeito a educação, ´´ a instrução primaria é
gratuita para todos os cidadãos`` , pois bem. Quem poderia ser considerado
cidadão numa época e numa sociedade tão cruel e ignorante. De nada valeu a
constituição de 1824, pois não alterou a real situação da educação,
simplesmente não foi apresentado meio para o seu cumprimento. O Art. 179 que
respeitava e dizia que a instrução primaria gratuita deveria ser garantida a
todos os súditos do imperador, não teve êxito por falta de recursos. Uma nova
lei foi criada dando amplo poder de liberdade aos estabelecimentos de novas
instituições de ensino, o que motivou por completo a criação de escolas
particulares por todo o país.
Em 1827 um projeto que se limitava ao ensino das primeiras letras,
no dia 15 de outubro deu origem à lei que liberava e mandava criar escolas de
primeiras letras em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do
império. A intenção era induzir uma sintonia com o espírito da época, difusão
das luzes do conhecimento em todos os povoados, a intensao era atingir com
rapidez e a baixo custo o maior numero de alunos. A mesma lei aprovava a ideia
de que os presidentes da província definiriam os ordenados dos professores, as
escolas deviam ser de ensino mutuo, ou seja, os professores que não tivessem
formação não deveriam ficar a frente do ensino, havia o incentivo para que o
mesmo providencia-se a sua própria preparação em curto prazo e as próprias
custas.
Ensino mútuo e seus resultados no
Brasil
A instrução popular simplesmente tropeçava sobre as
condições materiais do país, pois o governo dizia estar preocupado, porem nada
fazia para providenciar as condições necessárias para levar a instrução aos
mais necessitados, fundando escolas e prontificando a qualificação dos
professores. Pequenas mudanças são realizadas, como a criação dos cursos
jurídicos em São Paulo e Olinda (1827). Estruturação dos cursos médicos
cirúrgicos da Bahia e do rio de janeiro em faculdade (1832).
O ato adicional de 1834 e a regência 1831-1840 fruto de um
momento tomado pelas mudanças e agitações políticas, o ato adicional veio com a
intenção de estabelecer um meio termo entre a centralização e monarquia
federativa. Foi só um meio que encontraram para legalizar a omissão do poder
central na questão da educação.
Desdobramentos do ato adicional, após a reforma da
constituição a atuação direta do poder central no campo dos estudos primários e
secundários limitou-se ao município da corte. Por outro lado abstiveram-se as
províncias de criar estabelecimentos superiores, conservando o poder central de
fato, o monópolio dos estudos maiores. Quanto ao ensino público secundário, o
poder central supervisionaria diretamente as aulas avulsas da corte, extintas
em fins de 1857, o colégio de Pedro II as aulas preparatórias anexas aos
cursos jurídicos de são Paulo e Olinda e, ate certo ponto o ensino ministrado
nos seminários episcopais. Tendo o monopólio do ensino superior, o poder
central exerceria indiretamente o controle do ensino secundário de todo o
império, por meio dos chamados exames preparatórios.
Após o ato adicional de 1834, finalmente cada província
passava a responder pelas diretrizes e pelo funcionamento das suas escolas de
ensino elementar e secundário. Para
atender a demanda de docentes, saíram os decretos para criação das primeiras
escolas normais no Brasil, com o objetivo preparar professores para oferecer a
instrução de primeiras letras.
Em 1837 o governo central propunha o colégio de Pedro II
como estabelecimento modelo dos estudos secundários. A nota dominante do ensino
secundário brasileiro no império sera, certamente, seu caráter fragmentário e
inarticulado. Com uma função preparatória, os estudos secundários ficaram
reduzidos às exigências dos exames preparatórios estabelecidos pelo governo
central. O ensino secundário seriado, desenvolvido em curso de duração regular,
foi cedendo lugar a um ensino secundário parcelado, irregular e de curta
duração.
O objetivo do ensino secundário era preparar para o ingresso
na educação superior, já na educação média, a arte de se expressar era bem
vista e até mais importante do que a criatividade do individuo.
Reformas Couto Ferraz- 1854
A reforma Couto Ferraz foi uma estratégia política para promover
a civilização da população por meio da escola e ao mesmo tempo um meio de
reforçar os laços entre o estado e os cidadãos e súditos do império. Também
instruía práticas gerais relacionadas ao ensino público e particular.
Reformas Leôncio de Carvalho – 1879
A Reforma Leôncio Carvalho (1789), mantinha a
obrigatoriedade do ensino primário dos 7 aos 14 anos, Art. 2.
Ainda que apresentasse novidades, as condições políticas e materiais
impediram sua efetivação. A lei determinava a liberdade de ensino, frequência,
credo religiosa, a criação de escolas normais e o fim da proibição da matricula
de escravos.
O método intuitivo, conhecido como lições de coisas, foi criado com o intuito de resolver o problema
da ineficiência do ensino diante de sua inadequação as exigências sociais
decorrentes da revolução industrial que se processou entre o final do século
XVIII e meados do século XIX. A
revolução industrial possibilitou a produção de novos materiais didáticos como
suporte físico do novo método de ensino. A questão da materialização de um
sistema educacional no brasil do século XIX não foi resolvida por, ausência de
condições materiais decorrentes da condição insuficiente do financiamento do
ensino, hegemonia de uma ideologia liberal que afastava do estado do âmbito
educativo.
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