domingo, 21 de junho de 2015

A Educação no Brasil

A Educação no Brasil

Colonização, catequese e o monopólio

O processo de colonização no Brasil se caracteriza por uma forma coerente de ser, porém sem harmônia.  Esse processo de civilização se limita a 3 pilares; colonização, educação e catequese esses três momentos é de suma importância para a história. Colo (do latim eu moro, eu ocupo, eu trabalho, eu cultivo,eu cuido, eu mando,eu quero bem, eu  protejo). E do supino cultum (o que vai trabalhar ou cultivar, tanto a terra quanto o ser humano, similar a paidéia grega). Desse modo a colonização enquanto exercia a posse e explorava a terra (colo), e no segundo aspecto se refere à educaçao enquanto aculturação, ou seja, a inculcação nos colonizados das práticas, técnicas, símbolos e valores próprios dos colonizadores (colo,cultum), e no terceiro momento trás a tona também a catequese, entendida como difusão e conversão dos colonizados- os silvícolas a dos colonizadores (colo, cultum). Esses três processos foram de extrema relevância e marcaram de maneira espiritual e material a posse e o mando português nas terras brasileiras.
Algumas questões históricas podem ser consideradas como fundamentais para esse processo de difusão como, 1. Que apesar das divergências, a nobreza e a burguesia portuguesa do século XVI compactuavam do mesmo interesse expansionista, que não era possível de ocorrer no âmbito do continente europeu,mas viável como expansão ultramarina pela posição geográfica privilegiada de Portugal. 2. Que a expansão não gerou o empoderamento político da burguesia portugeusa, isto gerou sérias tensões entre a burguesia mercantil, que lucrava com a expansão e a nobreza buscou através de mecanismos políticos e religiosos frear a burguesia ao identificá-la aos cristãos novos. Esse desenrolar político teve vários resultados econômicos, entre os quais a redução da estratégia econômica, a exploração colonialista e a inexistência do  protencionismo industrial.
Assim, diferente da frança e da Inglaterra, o colonialismo português não contribuiu para o processo de acumulação capitalista deste país, antes serviu como obstáculo. É nesse contexto de colonização desvinculada da acumulação capitalista, e com forte articulação da nobreza com a igreja católica, que se processa as primeiras ações educativas na colônia brasileira.  Isso permite compreender, entre outras coisas, a estreita interação da educação com a catequese, que foi utilizada como estratégia ideológica para buscar e acentuar as semelhanças com a intenção de apagar as diferenças, num processo de aculturação e de dominação cultural baseado nas praticas institucionalizadas.

A educação colonial e suas quatro fases

A palavra colonização, colônia, colono e suas variantes tem duplo significado,o cultivo da terra e ao trabalho de formação humana. Essa manifestação preliminar de educação desencadeou um processo de aculturação instaurada no âmbito do processo de colonização.
1º Período heróico (1549 -1570) que corresponde a produção de Pe. Manuel da Nóbrega, onde se destaca a preocupação pedagógica com as especifidades da colônia.
2º Período da Ratio Studiorum (1570-1759) que expressa a aplicação dos ideiais,valores e práticas, presentes no plano geral de estudos da companhia de Jesus, organizado pela ordem religiosa, através da análise das práticas educacionais consideradas positivas nos colégios já implementados por esses religiosos. A base filosófica desse plano geral é o tomismo, centrada em uma visão essencialista de homem. Nessa fase se delineia a vertente religiosa da pedagogia tradicional brasileira.
3º período pombalino (1759-1808) A reforma pombalina expressa a influência do iluminismo no pensamento da elite portuguesa e o surgimento do estado como ente responsável pela educação pública. Esse momento representa o fechamento dos colégios jesuítas no Brasil e as introduções das aulas regiam que deveriam ser mantidas pela coroa através do subsidio literário (aprovado em 1772). Essa iniciativa não logrou êxito por vários fatores entre eles, a escassez de mestres, a insuficiencia de recursos financeiros, o cenario político através da denominada viradeira de dona Maria I e o isolamento cultural português que temia que a educaçao difundisse os ideais de emancipação nacional.
4º período Joanino (1808-1822) que representa a vinda da família real para o Brasil, como consequência do bloqueio continental decretado em 1806 por Napoleão. Do ponto de vista educacional,nessa fase surgem os primeiros cursos de nível superior na colônia, mas esses cursos se limitavam aos de interesse da novíssima burocracia estatal que se hospedava em solo brasileiro. Nessa fase a vertente religiosa continuou a influenciar o cenário educacional, mas articulada as ideias laicas. Nesse período se delinea a vertente leiga da pedagogia tradicional brasileira. A noção de essência humana é substituída pela de natureza humana, numa ênfase a racionalidade e ao saber, objetivo das ciências. As características do desenvolvimento político econômico português impediam uma real penetração desses ideiais, baseados no iluminismo na organização escolar brasileira.

O Monopólio Jesuítico

A primeira fase jesuítica foi marcada pelo plano de instrução elaborada, O plano iniciou com o aprendizado do português (para os indígenas). Prosseguia com a doutrina cristã, a escola de ler e escrever e opcionalmente, canto ofeônico e música instrumental, e culminava de um lado, com o aprendizado profissional e agrícola, e de outro lado, com a gramática latina para aqueles que se destinavam a realização de estudos superiores na Europa.  Esse plano não deixava de conter uma preocupação realista, procurando levar em conta as condições especificas da colônia. Sua aplicação foi precária, tendo cedo encontrado oposição no interior da própria ordem jesuítica, sendo companhia de Jesus e consubstanciado pelo Ratio studiorum ou plano de estudos, o método pedagógico dos jesuítas, foi sistematizado a partir das experiências pedagógicas, que tiveram inicio no colégio de Messina.
A educação almejada pelo Ratio tinha como meta a formação do homem perfeito, do bom cristão e era centrada em um currículo de educação literária e humanista voltada para a elite colonial.
Em Portugal cabia aos jesuítas o direito exclusivo de ensinar latim e filosofia no colégio de artes, curso preparatório obrigatório para ingresso nas faculdades da universidade de Coimbra. Nos domínios de Portugal na Ásia havia sido a força dominante desde os primórdios da expansão portuguesa no oriente, sendo que alguns dos jesuítas chegaram a ser mortos no cumprimento da ação evangelizadora. A companhia de Jesus estava presente desse modo como fator de empecilho às reformas econômicas e educacionais de Pombal, o que explica, a primeira vista, a sua expulsão e proscrição.
 No Brasil os colégios jesuíticos ofereciam quase com exclusividade a educação secundária.




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